terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Cinqüenta são queimados vivos dentro de igreja no Quênia

Outra noticia triste, que teve como causa a intolerancia e o fanatismo, dessa vez nem mulhres e crianças escaparam


Cinqüenta são queimados vivos dentro de igreja no Quênia
Cerca de 50 pessoas, a maioria mulheres e crianças, morreram hoje dentro de uma igreja que foi incendiada por grupos de manifestantes no Quênia, informaram fontes policiais.»
Segundo a edição digital do diário Nation, as fontes disseram que a tragédia ocorreu na cidade de Eldoret (oeste). As vítimas tinham se refugiado na igreja porque suas casas já haviam sido incendiadas.
O ataque faz parte da onda de violência que tem assolado o país desde o último sábado. Confrontos entre rivais políticos e tribos têm sido freqüentes por causa das eleições de quinta-feira, nas quais foi declarado vencedor o atual presidente Mwai Kibaki.
As fontes declararam que a igreja da Assembléia de Deus foi atacada por grupos de manifestantes. O diário também informa que dezenas de milhares de pessoas armadas estão se dirigindo para um local a poucos quilômetros de Eldoret, onde no passado foram registrados sangrentos confrontos entre tribos rivais.
No incidente mais grave, aproximadamente 50 pessoas morreram em uma igreja em chamas próxima à cidade de Eldoret, onde um grande número de membros da tribo Kikuyu -a tribo do presidente Kibaki - havia se escondido temendo por suas vidas.
O ataque revive memórias traumáticas do leste africano de incidentes em igrejas, das milhares de vítimas do genocídio em Ruanda em 1994 e do suicídio em massa de centenas de membros de um culto ugandense em uma igreja incendiada em 2000.
A polícia, a imprensa e uma autoridade de segurança disseram que o fogo na Assembléia Pentecostal de Deus foi proposital e iniciado por uma gangue de jovens.
Testemunhas disseram haver corpos de mulheres e crianças em meio às vítimas nos escombros.
"Esta é a primeira vez na história que um grupo ataca uma igreja. Nós nunca esperávamos que essa selvageria fosse tão longe", disse o porta-voz da polícia Eric Kiraithe.
"Nossos oficiais estão sendo comedidos na aplicação da lei. Essa moderação não vai durar para sempre".
Residentes e fontes de segurança disseram que as vitimas procuravam proteção na igreja, cerca de 8 quilômetros de Eldoret.
"Alguns jovens vieram até a igreja", disse um repórter local que presenciou o incidente. "Eles lutaram com os garotos que estavam fazendo a segurança, mas esses foram dominados e os jovens colocaram fogo na igreja".
A explosão de violência no país que possui uma das democracias mais estáveis e economias mais fortes da África chocou o mundo e deixou os próprios quenianos aterrorizados, por conta das rivalidades tribais de longa data terem levando comunidades distintas a se enfrentarem.
O policiamento estava intenso na capital no primeiro dia do ano, e as ruas estavam tranquilas. Mas a divulgação dos detalhes sobre um crescente número de mortos e da destruição generalizada marca um dos piores momentos do país desde sua independência da Grã-Bretanha.
Num primeiro momento, Washington deu os parabéns a Kibaki, mas então mudou sua reação para expressar "preocupação com as irregularidades".
Grã-Bretanha, União Européia e outros fizeram questão de não dar os parabéns a Kibaki, expressaram preocupação e pediram conversações de reconciliação, além de uma investigação para apurar suspeitas de irregularidade na eleição da quinta-feira.
A missão de observação da UE, em sua avaliação formal do pleito, declarou: "As eleições gerais de 2007 não satisfizeram os padrões internacionais e regionais chave que regem as eleições democráticas".
Diplomatas ocidentais se deslocaram entre representantes das duas partes, tentando dar início a uma mediação. Um deles disse à Reuters: "O governo pensa que poderá superar esta situação, bastando esperar para que as coisas se acalmem, mas não estamos convencidos disso".
Fonte: Agência EFE e Reuters

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